quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A PROSPERIDADE QUE OCULTA A ATROCIDADE

O caso da iraniana condenada a morte por apedrejamento trouxe à lume a questão das penas crueis. O país persa, segundo amplamente noticiado na mídia, teria infligido a pena corporal consistente em 99 chibatadas, restando a aplicação da pena capital.


O presidente Lula inicialmente posicionou-se pela não interferência, dizendo que seria uma avacalhação ingerir nas leis de outros países. Pressionado, mudou o discurso e o fez num palanque eleitoral, dizendo que o Brasil receberia Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada por adultério supostamente praticado com dois homens.

Esse tipo de sanção é aplicada em países predominante islâmicos e aos ocidentais tem causado indignação. A execução desse tipo de pena tem a participação popular, pois os moradores da localidade onde se deu o fato criminoso são responsáveis por atirar as pedras, as quais não podem ser muito grandes a ponto de levar o executado rapidadamente à morte. Também não podem ser muito pequenas para não prolongar o sofrimento do sentenciado.

Um espectador imaginário de um outro planeta poderia se enganar e achar que vivemos na antiguidade, pois esse tipo de sanção era comum entre os judeus. Quem não se lembra do episódio em que Jesus evita o apedrejamento de Maria Madalena. Estevão, outro personagem bíblico, foi morto recebendo este tipo de punição, sob o olhar impassível do então Saulo.

Resquícios do passado? Bem, fato é que a pena capital existe não só em países  do Oriente e África, alguns dos quais tachados de atrasados. Contudo, os EUA, um país próspero e poderoso economicamente, adota a pena de morte em 38 de seus 50 estados e como métodos de execução se utiliza na maioria dos casos da injeção letal, podendo fazer uso, outrossim, de acordo com a lei da unidade federativa, da cadeira elétrica, do fuzilamento e câmara de gás.

Agora que os olhos estão voltados para o Irã, penso que o mundo perde uma grande oportunidade ao não mencionar as execuções norte americanas. Vida é vida em qualquer lugar e a sua supressão atenta contra os direitos universais do homem. Não se pode ter dois pesos e duas medidas. Sou pela vida, não importando que seja de um iraniano, africano, norte-americano, chinês ou de quem quer que seja.

Um grande abraço a todos e até a próxima.

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